Em 19 de novembro de 1910, os suecos Gunnar Vingren e Daniel Berg,
batizados no Espírito Santo, chegaram a Belém do Pará, procedentes dos
Estados Unidos da América. Ao crer na doutrina pentecostal pregada
pelos dois missionários, em 2 de junho de 1911, na Rua Siqueira Mendes,
67, na cidade de Belém, Celina de Albuquerque, membro da Igreja Batista
de Belém, enquanto orava, foi batizada no Espírito Santo.
O fato teve repercussão imediata na Igreja Batista. Havia aqueles que
aceitavam o batismo no Espírito Santo e aqueles que eram contrários à
nova doutrina. Em 13 de junho, numa terça-feira, foram excluídos 13
membros da igreja: José Plácido da Costa, que ocupara o cargo de
moderador da igreja até aquela sessão; Manuel Maria Rodrigues,
ex-secretário; José Batista de Carvalho, ex-tesoureiro; Antonio Mendes
Garcia, todos estes diáconos; Lourenço Domingos; João Domingos; Maria
dos Prazeres Costa; Maria Pinto de Carvalho; Alberta Ribeiro Garcia;
Manuel Rodrigues Dias; Jerusa Rodrigues. O secretário da igreja depois
de anotar esses nomes, deixou para o fim os nomes de Celina Cardoso de
Albuquerque e Maria de Jesus Nazaré, que, ao mencioná-los, fez
chamando-as de “as profetisas”, e os de Gunnar Vingren e Daniel Berg.
Sob a liderança dos missionários Gunnar Vingren e Daniel Berg, os
crentes batistas que aceitavam a doutrina pentecostal foram convocados a
comparecer à casa onde se instalava a congregação batista na Cidade
Velha, à Rua Siqueira Mendes nº1-A, residência da irmã Celina
Albuquerque, para se reunir no dia 18 de junho de 1911, num domingo.
Presentes estiveram onze irmãos excluídos no dia 13 daquele mês, da
Igreja Batista, tendo faltado os irmãos Lourenço Domingos e Alberta
Ribeiro Garcia. Compareceram, porém, três membros da igreja que não
estavam excluídos, que foram Henrique Albuquerque, esposo de Celina;
Maria Piedade da Costa, esposa de Plácido e Emília Dias. Além destes,
foram arrolados mais quatro irmãos da referida congregação, cujos nomes
são os seguintes: Joaquim Silva, Tereza Silva de Jesus, Izabel Silva e
Benvinda Silva, todos de uma mesma família. Os três que ainda eram
membros da Igreja Batista só foram excluídos no dia 12 de julho depois
de que a mesma tomou conhecimento da posição assumida por eles. Quanto
aos quatro congregados, não cabia a igreja discipliná-los porque não
eram membros da igreja. Ao todo eram 18 pessoas para o início da Missão
da Fé Apostólica, que mais tarde passou a se chamar Assembléia de Deus.
I – Começa a Missão da Fé Apostólica
A partir de 18 de junho de 1911, as igrejas pentecostais que iam sendo
iniciadas no Pará, começando pela que se reunia na casa de Henrique e
Celina Albuquerque, à Rua Siqueira Mendes 67, Cidade Velha, em Belém,
passaram a ser chamadas pelo nome Missão da Fé Apóstolica.
Em 25 de outubro de 1914, chegaram a Belém do Pará os suecos Otto e
Adina Nelson, procedentes dos Estados Unidos, para se juntarem a Vingren
e Berg.
Em 8 de novembro de 1914, a igreja, que se reunia na Av. São Jerônimo,
224, seu segundo, endereço depois da casa de Celina Albuquerque (nesta
casa se reuniram por mais ou menos três meses) se mudou para a Travessa 9
de janeiro, 75.
Em 18 de agosto de 1916, chegaram a Belém os suecos Samuel e Lina
Nyström, os primeiros missionários oficialmente enviados pela Igreja
Filadélfia de Estocolmo.
Em 3 de julho de 1917, Frida Vingren chegou a Belém, como missionária também enviada pela Igreja Filadélfia de Estocolmo.
II – Registrada a primeira “Assembleia de Deus”
Em 11 de janeiro de 1918, Gunnar Vingren registrou o Estatuto da Igreja
no Cartório de Registro de Títulos e Documentos do 1º ofício, em Belém,
no Livro A, Nº 2, de Registro Civil de Pessoas Jurídicas e outros
papéis, número de ordem 131.448, sob o nome “Estatuto da Sociedade
Evangélica Assembléa de Deus”, número de ordem 21.320, do Protocolo Nº
2.
Os extratos do Estatuto foram publicados no Diário Oficial do Estado do Pará, sob nº 766524.
Com esse registro, a igreja começou a existir legalmente como pessoa
jurídica adequando-se aos Artigos 16 e 18 do primeiro Código Civil
Brasileiro que acabara de entrar em vigor em 1º de janeiro de 1917.
III – Primórdios no Pará
Os primeiros lugares no Pará que receberam a mensagem pentecostal
foram: Soure e Mosqueiro, na Ilha de Marajó (Daniel Berg, 1911);
Bragança (Daniel Berg, 1912); Xarapucu e Catipuru (Daniel Berg, 1913);
Estrada de Ferro Belém-Bragança, Igarapé-Assu, Benevides, Capanema,
Timboteua, Peixe-Boi e Bragança (Clímaco Bueno Aza, 1913); Ilha Caviana
(Daniel Berg, 1914); Afuá, Ilha de Marajó (Gunnar Vingren e Daniel Berg,
1914); São Luís do Pará (1915); Assaisal (Bonito) (Joaquim Amaro do
Nascimento, Francisco Santos Carneiro e João Paraense, 1919); e vários
outros lugares foram sendo visitados pelos primeiros missionários e
crentes da AD de Belém.
IV – Primórdios fora do Pará
Os primeiros lugares fora do Pará que receberam a mensagem pentecostal
foram: Uruburetama, CE (Maria de Nazaré, 1914); Maceió, AL (Gunnar
Vingren, 1914; Otto Nelson, 1914); Campina Grande, PB (Manoel Francisco
Dubu, 1914; Felipe Nery Fernandes, 1922); Roraima (Cordulino Teixeira
Bastos, 1915); Manaus, AM (Severino Moreno de Araújo, 1917); Macapá, AP
(Clímaco Bueno Aza, 1916); Recife (Adriano Nobre, 1916); Natal, RN
(Pregadores de nomes desconhecidos e Adriano Nobre, 1918); João Pessoa,
PB (Francisco Félix e esposa, 1920); Rio de Janeiro, RJ (Gunnar Vingren,
1920, 1923; alguns crentes do Pará, 1923); Santos, SP (Gunnar Vingren,
1920; crentes de Pernambuco,1923; Daniel Berg, 1924); Tubarão, SC
(Gunnar Vingren, 1920); Criciúma, SC (Gunnar Vingren, 1920); Itajaí, SC
(Gunnar Vingren, 1920); São Paulo, SP (Gunnar Vingren, 1920, 1923;
Daniel Berg, 1927); São Bernardo, SP (Gunnar Vingren, 1920); São Luís,
MA (Clímaco Bueno Aza, 1921); Estrada de Ferro Madeira-Mamoré, noroeste
de Mato Grosso (Paul John Aenis, 1922; Elói Bispo de Sena, 1923); Porto
Velho (RO) (Paul John Aenis, 1922); Vitória, ES (Galdino Sobrinho e
esposa, Daniel Berg, 1922); Fortaleza, CE (Antonio Rêgo Barros, 1922);
Niterói, RJ (Heráclito de Menezes, 1923); Porto Alegre, RS (Gustav
Nordlund, 1924); Canavieiras, BA (Joaquina de Souza Carvalho, 1926);
Belo Horizonte, MG (Clímaco Bueno Aza, 1927); Aracaju, SE (Sargento
Ormínio, 1927); Teresina, PI (Raimundo Prudente de Almeida, 1927) e
Curitiba, PR (Bruno Skolimowski, 1928); Itajaí, SC (André Bernardino da
Silva, 1931); Cruzeiro do Sul, AC (Manoel Pirabas, 1932); Goiânia, GO
(Um grupo de crentes da AD de Madureira, RJ, deu início à AD de Goiânia
em 1936 e Antônio Moreira, então diácono da AD de Madureira, foi enviado
por Paulo Leivas Macalão para fundar a igreja.); Cuiabá, MT (Eduardo
Pablo Joerck, 1936); Rio Branco, AC (Luís Firmino Câmara, 1943); e Campo
Grande, MS (Juvenal Roque de Andrade, 1944).
V – Começa a imprensa pentecostal
As primeiras publicações da AD, que antecederam o jornal Mensageiro da
Paz, foram o jornal “Voz da Verdade” (1917 a 1918), por Almeida Sobrinho
e João Trigueiro da Silva; o jornal “Boa Semente” (1919 a 1930), por
Gunnar Vingren e Samuel Nyström; e o jornal “O Som Alegre” (1929 a
1930), por Gunnar Vingren.
VI – Primeiros hinários
Também em 1917, a AD de Belém (PA) imprimiu o seu primeiro hinário que
ficou pronto no dia 6 de outubro e continha 194 hinos e cânticos. Em
1922, era publicada no Recife a primeira edição da Harpa Cristã, que
passou a ser o hinário oficial das Assembléias de Deus.
Fonte: Mensageiro da Paz